terça-feira, 14 de outubro de 2008

rumo à nenhum lugar.


Querem me colocar numa montanha-russa sendo que eu tenho medo de altura. E, sabendo dessa informação, é crueldade sua. Sadismo, quem sabe. Aquela história da pimenta...
E se eu estou sozinha em todos os lugares, que braços estão me esperando abertos para um abraço que irá confortar minha dor? É... talvez eu esteja sozinha mais uma vez. Ninguém me espera no final do dia... e se eu não voltar, acho que ninguém irá lembrar. Não tenho peixinhos em um aquário, gato ou cachorro... E eu não vou ao encontro de ninguém. E fica assim. Há 23 anos. Ninguém chega, ninguém espera. E vice-versa. Minha companhia desagradável.
Posso fugir, mas são sombras em todos os lados. Fecharam as portas, janelas e cortinas... nem o ar mais se renova. Eu fico triste. Por não tem aonde me segurar. Uma viagem sozinha... nem sei pra onde. Dormir, dormir, dormir e morrer. Sem esperança de céus, sem temor do inferno. Apenas ir-me.
Talvez eu deva ir ao encontro desses que me esperam. Talvez eles me esperem com pedras e paus para cobrarem de mim todos os meu atos. Eu não gosto de vocês. E talvez seja minha culpa mesmo. Mas eu não me importo.
Eu vou embora, isso sim. Pegarei minha mala e meu travesseiro e irei. Seja pra onde for. Até encontrar seja lá o que for. E nessa busca incessante pelo o que eu não sei o que é, talvez eu encontre, não aquilo que procurava, mas além. E abandone minha busca. E quem sabe descubra que afinal o melhor da busca é realmente a procura em si.
Ou quem sabe não. E veja que no final do arco-íris haja um prato de brócolis. E eu entenda que a visão do fenômeno fosse melhor do que entender o que havia atrás disso.
E porque tantas deduções inúteis, não? “O silêncio de uma lápide que ninguém lê”. Minha alma estava em silêncio. Até que decidi voltar. E voltar a me incomodar. Não darei ouvidos a estas coisas mais. Talvez seja interessante para todos que eu seja apenas a menina boazinha.

[Nenhum lugar é um bom lugar.]

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