sábado, 16 de agosto de 2008

Nuvenzinha de chuva


Às vezes é tão bom ter respostas. E às vezes é tão bom nem saber as perguntas... Pela eterna busca de algo que nem sei o que é... pela aventura louca de acordar todos os dias sem saber o que virá. Perco-me por entre nuvens de fumaça... e a minha única intenção é escrever aleatoriamente, como se não tivesse compromisso com a dor e com a loucura. Deixemos que morra toda a lógica. Deixemos que se perca a razão. Adoraria mergulhar em sonhos e esquecer da existência disso tudo e até de mim mesma. O que sou eu a não ser um fantasma do meu próprio passado... não consigo conviver com a lembrança. As coisas são tão simples e nós adoramos confundí-las... Eu havia dito que deixaria morrer todas essas lembranças e acho que a morte é isso: um esquecimento progressivo... coisas que perdemos pelo caminho. Esquecer para ser livre... livre para morrer aos poucos desse mundo chato que a gente cria para sobreviver. Eu abdico da minha parte neste mundo. Quero estar livre. Eu não quero nada. Estou indo embora para um lugar que eu não sei onde é. Nunca fui lá antes. Eu estou fugindo. Fugindo nem sei de quê. É como se eu precisasse evitar a todo o custo o sofrimento, mas dessa forma eu sofro. Na verdade, o nada faz sentido. Mas eu não acredito em nada disso. Só estou brincando com as palavras. Eu não sou artista, não sou poeta... eu sou um fracasso premeditado. Um acaso descuidado por acaso... essas coisas mágicas e brilhantes.


Eu sou uma nuvenzinha de chuva... triste e cinza. Sozinha. Levada pelo vento como uma canção antiga e melancólica, como o perfume das flores do cemitério... E depois vem o sol, e todos esquecem. Outra vez me escondo. Enfim. Não há, não foi e não será. Não me pergunte o quê. Não estou mais em mim.

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